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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

EXERCITANDO A LUCIDEZ

      No dia de hoje adentro a faixa de idade septuagenária. É claro que numa condição como essa qualquer pessoa pode fazer afirmações que irão causar várias situações. Umas boas e outras não. A começar pela comparação entre os dias passados, algumas décadas, digamos, e os dias atuais. E nesse aspecto há muita coisa a dizer e, principalmente, a apontar.

     Em primeiro plano a moralidade que se pratica hoje em dia não chega nem perto daqueles tempos lá atrás. Coloquemos aí uns cinquenta deles. E mais para trás, por exemplo, quando um fio de bigode garantia um compromisso tal qual hoje se diz o preto no branco, com a assinatura de documentos, contratos e afins, mas que nem são mais rigorosamente cumpridos pelos que os assinam. E sem nenhuma repercussão. A favor ou contra.

     Pode-se observar um detalhe hoje em dia é a participação de pessoas jovens, em idades tenras, sem conteúdo empírico qualquer. O progresso e as inovações tecnológicas desenvolveram um certo grau de cognição nas pessoas, mais do que antes, fazendo-as adquirirem uma melhor verbalização, também articulação, que lhes facilitou a comunicação entre todos.

     As distorções nesses casos é que muita gente que está por aí se arvorando em especialidade em alguma coisa, concretamente não a possui. A internet está impregnada disso. E as propagandas falsas e fraudulentas, também enganosas, estão numa fertilidade assustadora. Vendem gato por lebre com uma facilidade extrema.

     E, por desdobramentos, o âmbito político alcançou tal fertilidade de membros pseudos especialistas em assuntos dessa área. E se apresentam de forma nítida e clara como soluções para uma gama de situações e ocasiões, que nunca alcançarão, por obviedade e falta de prática e experiência de vida.

     Não é à toa que o termo fake news está tão em voga. Inventa-se e também se mente com uma facilidade e naturalidade impressionantes. Isso acaba por causar desordens e deslocamentos mentais em muitos, principalmente naqueles de baixa ou nenhuma cultura e estudo. E do que se vê, o país está quase que completamente dominado por esse tipo de gente. As enganadoras.

     O caso mais estarrecedor foi o surgimento do vírus da Covid 19, que trouxe a reboque a pandemia e a consequente quarentena. Espalhou-se tanta coisa, no país e também no mundo, que em vez de esclarecer ao povão, acabou por criar celeumas intermináveis, fazendo com que, também, a mente de grande parte das populações ficassem totalmente embaralhadas. E o resultado está aí para quem o quiser ver: um caos totalmente instalado entre todos.

     Nisso se cria a possibilidade de uma ou mais indagações. E uma delas é: o que adianta tanto progresso? Tantos instrumentos, ferramentas e métodos avançados, se o principal, o cérebro/mente da coletividade não os acompanham, na razão direta de toda essa parafernália?

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