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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

ELUCUBRAÇÃO: COLETIVA E INDIVIDUAL. OU VICE-VERSA, TANTO FAZ.

     Outrora, num passado nem tão remoto ou longínquo, quando alcançávamos essa época do ano, os ânimos iam se apurando, os sentimentos aguçando e as expectativas aumentando  na esperança dos ótimos dias festivos da época de Natal. Eram, sim, dias muito diferentes desses aos quais agora passamos. E isso já vem de alguns anos passados. Porque a própria humanidade já não é a mesma de antes. Não se irá aqui perder tempo em apontar esse ou aquele motivo para tanta mudança. Não é necessário isso, porque todos sabem o quê e como mudou. 

     Mas faz-se necessário apontar uma das causas, que são muitas. Só uma que é para poupar o tempo e o espaço de todos. E a referência aqui tem a ver com a família. A minha, a sua e a de todos. Isso, sem exceção, é claro. Não há mais diferença entre nós. Ela foi desmontada, desestruturada. Sem dó e piedade. Nos restando só um fato: a submissão.

     Já criaram algumas hipóteses para isso. Até mesmo numa possível reestruturação dela. Mas para aqueles que já estão na terceira idade, para grande maioria desses, isto é totalmente absurdo. E inaceitável. Coisa totalmente fora da lógica. Mas estão trabalhando para reafirmar tais teses, mesmo ferindo até de morte, aqueles que pregam e queiram manter uma fato: a tradição.

     Não é à toa que muitos já veem o fim do mundo, os finais dos tempos, como dizem. E seja lá o que isso queira dizer, se não estão completos de razão, estão bem próximo dela. Até porque quem possui, no mínimo, sessenta anos, viveu outros tempos, outros costumes, outras ideias e, principalmente, outros conceitos. E que não venham tentar desfazer nada disso. Não há argumento, lógica, sequer motivo, para desconstruir os tempos e a vida.

     Para quem optou seguir por outros caminhos, que não observa o horror que a vida se lhe transformou, que continuem sua trajetória. Mas sem querer valer sua conceituação seja lá sobre o que for ou quiser. Que não ouse querer se impor porque isso só levará a um confronto desnecessário e sofredor. Deixem quem quiser seguir sua antiga rota. Do modo, do jeito, da maneira como tudo sempre foi. E fique com os novos conceitos para vocês próprios.

     Mas seria bom que todos aqueles que escolheram e optaram por um mundo desajustado ao extremo, confessassem abertamente o sofrimento que passam, e que se faz diariamente neles, sempre ao fim da noite, quando deitam para dormir e têm tempo e oportunidade de se auto analisarem nesses deslocamentos aos quais optaram por assumir. A vida não perdoa. E nem a natureza. 

*Em tempo: além do ser humano exercitar-se em sempre puxar a brasa para a sua própria e exclusiva sardinha, também se observa uma outra ação negativa nele: mentir. Para os outros e, principalmente, para eles mesmos. E sem a essência da verdade em si, tudo fica prejudicado.

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