E quem diria? De bandido a mocinho num piscar de olhos!
Foi isso que se deu com o Deputado Daniel Silveira, ontem, no Congresso Nacional, ao ser um dos escolhidos para fazer parte de uma comissão das mais importantes de lá. A comissão de Constituição e Justiça, a CCJ. E com apoio e aplauso de seus pares em plenário.
Pode-se até usar uma frase muito conhecida de todos, mas num sentido inverso: "seria trágico, se não fosse cômico". Porque em qual país do planeta um acontecimento desse acontece? Dá pra lembrar, inclusive, uma frase que foi atribuída ao Presidente francês, em 1962, mas que, na verdade, foi dita por um embaixador brasileiro que servia lá na França naquela época: "o Brasil não é um país sério!".
E taí a prova. Uma coisa de louco. Porque até pouco tempo atrás, esse mesmo deputado foi rejeitado por seus pares numa votação onde não o livraram de um julgamento no Superior Tribunal Federal, STF, que acabou por condenação em nove anos de reclusão, com perda do mandato parlamentar, bem como ficar inelegível por oito anos.
Esta escolha o colocou numa prestigiada posição naquele congresso, haja vista que a CCJ é uma das mais importante delas. E todo o rebuliço criado até então com sua condenação e a consequente graça que recebeu do Presidente da República, livrou-se de todos os empecilhos que havia adquirido com a sua manifestação contrária à maior Casa Jurídica do país, recentemente.
A conduta do deputado foi altamente absurda e ofensiva. Mas isso não dava direito a um ministro tomar para si a vingança com as próprias mãos, conforme aconteceu na instalação desse processo no STF, onde muitas falhas foram apontadas por especialistas da área, o que acabou por estimular o Presidente a interferir no andamento dessa causa e seu desfecho, concedendo a graça ao réu.
Infelizmente o Brasil alcançou um nível de desordem assustador, onde os próprios agentes públicos ferem a Constituição Federal, CF. E até agora ainda se discute a legalidade dessa decisão presidencial, quando sabe-se que isto está definido claramente nessa mesma CF. Não há o que discutir.
No entanto, como legalidades são frequentes e costumeiras no país, essa entrará para o rol das demais que já foram praticadas. Então assistiremos outros absurdos como esse que se deu ontem no Congresso Nacional com relação ao deputado em discussão.
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