Este espaço andou perigando no dia de hoje de não ter matéria publicada. No entanto, se tomando conhecimento do trágico acidente da queda do avião da cantora Marília Mendonça, ocorrido na tarde de ontem no interior de Minas Gerais, que a vitimou, bem como outras quatro pessoas, e assistindo às barbaridades que se apresentaram a seguir, logo surgiu o que escrever.
É claro que um acontecimento como esse traz uma gama de sensações a todo mundo. E a primeira delas é o choque emocional, mesmo àqueles que nem sejam parentes dela, tampouco de nenhum dos outros ocupantes do avião, em virtude todos possuírem idades baixas, mesmo já sendo adultos, mas teriam ainda um bom período de vidas, ainda.
Mas não há como deixar passar a vergonhosa ação de muitos, principalmente os ligados à imprensa e à política, que enveredaram em aproveitar-se de um acontecimento trágico e fatídico, passando a usa-lo para tirar vantagem que lhes permitiram chamar atenção para si, em detrimento do sofrimento dos parentes e amigos da cantora e dos demais atingidos.
É muita baixeza. Usar de situações mórbidas e sórdidas, numa circunstância de pura dor, não respeitando o sofrimento dos próximos aos mortos. Também de uma forma fria e calculista, buscando alcançar vantagens em veicular essa tragédia.
No âmbito político, chegaram a atribuir ao atual Presidente culpa pelo acidente, alegando que ele promoveu paralisações dos eventos de artistas, fazendo-os perderem suas fontes de rendas, e no caso dessa cantora, a obrigar a fazer uso desse tipo de avião, fugindo das grandes companhias de aviação, o que é pura estupidez tal alegação. Essa e muitas outras produzidas com o mesmo fim.
Um outro aspecto nocivo por parte das mídias, é passar o tempo todo noticiando e mostrando imagens do acidente, como se não houvesse mais outro assunto a abordar. É uma exploração emocional tétrica e infeliz.
Mas a vida é assim mesmo. A infelicidade de uns transforma-se em felicidade para outros. Mesmo que esses outros não saibam, e muito menos o percebem que, como mostrava uma propaganda de uma vodca muito conhecida, que criou um refrão que dizia: "eu sou você amanhã". Se referindo à bebedeira e tombos de alguém com a cara cheia dela. Nesse caso, a morte espera por qualquer um logo ali adiante.
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