Um dia desses, ao ouvir o rádio do carro, deparei-me com uma entrevista na Rádio CBN, onde o entrevistador recebia uma pessoa entendida em Meritocracia.
Acredito que pouca gente conhece isso. E não quero aqui desmerecer e subestimar a capacidade dos meus leitores. Isto porque é coisa pouco conhecida e, principalmente,pouco praticada no mundo e, especialmente, em nosso querido país, o Brasil.
Para poupar-me trabalho, copiei uma descrição do que quer dizer Meritocracia, no site da Wikipédia, e exponho a seguir:
"Meritocracia (do latin mereo, merecer, obter) é um sistema de governo ou outra organização que considera o mérito (aptidão) a razão para se atingir determinada posição. Em sentido mais amplo, pode ser considerada uma ideologia. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento e entre os valores associados estão educação, moral, aptidão específica para determinada atividade. Em alguns casos, constitui-se em uma forma ou método de seleção.
A meritocracia está associada, por exemplo, ao estado burocrático, sendo a forma pela qual os funcionários estatais são selecionados para seus postos de acordo com sua capacidade (através de concursos, por exemplo). Ou ainda – associação mais comum – aos exames de ingresso ou avaliação nas escolas, nos quais não há discriminação entre os alunos quanto ao conteúdo das perguntas ou temas propostos. Assim, meritocracia também indica posições ou colocações conseguidas por mérito pessoal.
Embora a maioria dos governos seja em parte baseada na meritocracia, ela não se expressa de forma pura em nenhum lugar. Governos como de Singapura e da Finlândia utilizam padrões meritocráticos para a escolha de autoridades, mas misturados a outros. Um modelo de uma meritocracia é o método científico, no qual o que considerado como sendo verdade é justamente definido pelo mérito, ou seja, a consistência do conteúdo em relação às observações ou a outras teorias.
O principal argumento em favor da meritocracia é que ela proporciona maior justiça do que outros sistemas hierárquicos, uma vez que as distinções não se dão por sexo ou raça, nem por riqueza ou posição social, entre outros fatores biológicos ou culturais, nem mesmo em termos de discriminação positiva. Além disso, em teoria, a meritocracia, através da competição entre os indivíduos, estimula o aumento da produtividade e eficiência.
Embora o sufixo "cracia" sugira um sistema de governo, há um sentido mais amplo. Em organizações, pode ser uma forma de recompensa por esforços e reconhecimento, geralmente associado a escolha de posições ou atribuição de funções. Entretanto a palavra "meritocracia" é agora freqüentemente usada para descrever um tipo de sociedade onde riqueza, renda, e classe social são designados por competição, assumindo-se que os vencedores, de fato, merecem tais vantagens. Conseqüentemente, a palavra adquiriu uma conotação de "Darwinismo Social", e é usada para descrever sociedades agressivamente competitivas, com grandes diferenças de renda e riqueza, contrastadas com sociedades igualitárias.
Governos e organismos meritocráticos enfatizam talento, educação formal e competência, em lugar de diferenças existentes, tais como classe social, etnia, ou sexo.
Em uma democracia representativa, onde o poder está, teoricamente, nas mãos dos representantes eleitos, elementos meritocráticos incluem o uso de consultorias especializadas para ajudar na formulação de políticas, e um serviço civil, meritocrático, para implementá-los. O problema perene na defesa da meritocracia é definir, exatamente, o que cada um entende por "mérito". Além disso, um sistema que se diga meritocrático e não o seja na prática será um mero discurso para mascarar privilégios e justificar indicações a cargos públicos."
Segundo aquele expositor, tal tipo de gestão, digamos, é pouco usada no mundo, repito. Mas podemos considerar como um fato utópico, pretender que se instale, aqui, a referida idéia. Seria extraordinário ver fora do serviço público, por exemplo, a maior parte dos apadrinhados políticos, os tais de DAS. E, também, os malandros espertos, que costumam entrar pela janela no serviço público brasileiro. Mas, também, todo tipo de gente inapta e despreparada que existe nele.
Com muita rapidez, se tal fato ocorresse aqui no Brasil, rapidinho haveria muita gente desempregada. E aí é que mora o perigo. Onde se colocaria essa gente para trabalhar? Elas encontrariam grandes dificuldades de acesso funcional e profissional na área privada porque nesse campo a coisa é bem diferente do que ocorre no serviço público.
Segundo fiquei sabendo, depois da ascensão do PT ao poder, o inchaço nos quadros funcionais públicos sofreram aumentos de gente de forma absurda e exagerada. Uma das metodologias que eles colocaram em prática para escamotear esta ação, foi criar a tal de tercerização. É só ver o que está ocorrendo no DETRAN do Rio de Janeiro. E isso deve se espalhar por todo o país. O PT, que sempre discursou contra a gestão pública brasileira, agora, no poder, está fazendo tudo ao contrário ao que pregava. E se eles permanecerem no poder por muitos anos, corremos o risco de ter um quadro público funcional maior do que o privado, com certeza.
Eu não chego a ser um sonhador. Mas, ao conhecer a Meritocracia, vou ficar sonhando com o dia de vê-la instalada em nosso país. Não custa nada sonhar!!!!