Não sei porquê de tanta exploração por parte da imprensa nesses acontecimentos trágicos, envolvendo pessoas comuns, e que acontecem com muita frequência em nosso país e, principalmente, em nossa cidade.
Todos sabemos que a área pública no Brasil é vergonhosamente dirigida e administrada pelo que há de pior em matéria de qualidade e responsabilidade.
Já tive a oportunidade de fazer a seguinte indagação a servidores da área pública: "Em qual contexto você se enquadra no tocante à sua responsabilidade nas mazelas e deficiências na sua área de trabalho e na prestação dos seus serviços ao cidadão contribuinte?"
Pois pasmem! Todos eles disseram que não têm responsabilidade direta e nenhuma sobre essa situação. E mais: atribuem a culpa ao Presidente, ao Governador e ao Prefeito, respectivamente. Bem como acusam os políticos pelos desvios das verbas que são destinadas aos órgãos públicos.
Então, fico estarrecido com isso tudo que vejo, leio e ouço diáriamente. Saber que os culpados são só alguns e não todos os que estão, direta ou indiretamente, ligados nessa questão. Só me resta manifestar toda a minha indignação, me arvorando em procurador daqueles que são os mais atingidos com tais mazelas, os pobres.
Do que já observei, apurei, analisei e constatei, penso que não há nenhum ser inocente nesse universo. Até mesmo o cidadão contribuinte é culpado neste mar de lama que está aí disponível para quem quiser.
E para corroborar tudo o que exponho aqui, aproveito o episódio envolvendo o acidente com o bonde em Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Todo mundo sabe do precário estado em que se encontra aquele serviço. E nele, todos são culpados. A saber: a manutenção dos bondinhos quase não existe; segundo a reportagem, havia peças do mesmo amarradas com arames; a lotação do bonde estava muito acima dos limites: havia nele mais de 60 passageiros e esse número extrapolava o limite normal da lotação; o condutor deveria ter se manifestado contra o excesso de passageiro e não continuar a viagem. A isso se chama desídia no desempenho das funções e está na CLT para quem quiser ver, no artigo 482 da mesma. É caso de justa causa. Mas, infelizmente, este sucumbiu ao acidente.
Daí que as minhas conclusões são simples: sugerir a todo e qualquer brasileiro, que se proponha a pesquisar por um nome: CAPISTRANO DE ABREU; e buscar, também, o que este personagem pregava lá pelos idos de 1908. Faço isto com a intenção de exercitar a todos na busca de cultura e aprendizado, de um negócio que hoje está em desuso: CIDADANIA.
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