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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

UMA ORGANIZAÇÃO DESORGANIZADA

     Em geral quando acordo, e após fazer a higiene pessoal e tomar o café da manhã, ligo o computador e acesso os sites de jornais eletrônicos, para tomar conhecimento dos fatos do dia. Acredito que muita gente faça o mesmo. Mas confesso que isso é, na verdade, uma tremenda tortura física e mental para todos nós. Por exemplo, hoje, 8 de fevereiro de 2011, está estampada a seguinte notícia no site do "O Globo":  "Fila do passaporte pode levar até quatro meses no Rio".
     É impressionante e revoltante nos depararmos com uma notícia dessa. Em pleno Século XXI, com o aparato eletrônico e informático do qual dispomos, tal documentação deveria sair na hora. Ou seja, um tempo após a pessoa apresentar sua documentação regular ao funcionário do órgão responsável pela emissão do passaporte. Nisso, não há favor nenhum por parte do órgão e do funcionário, atender com precisão à necessidade de qualquer cidadão que busque a emissão desse ou de qualquer documento junto  a órgãos públicos.
     Não sei se já observaram: no Detran, para vistoria anual dos veículos que rodam em nossa cidade, o contribuinte tem que pagar o imposto devido e marcar, através de telefone ou pela internet, a tal vistoria em seu veículo. Isso, convenhamos, é uma tremenda chatice. Eles poderiam atender as pessoas de forma mais direta, ou seja: Assim que qualquer pessoa efetuasse o pagamento do IPVA, dirigir-se-ia ao posto de sua conveniência levando o veículo a ser vistoria e pronto.
     Esse negócio de marcar antecipadamente a vistoria fica muito bonito em teoria, porque na prática é pura enganação. No ano passado, levei 5 horas - vou repetir: 5 horas - para efetuar o emplacamento de um veículo de minha propriedade. E para emplacar uma motocicleta, levei 3 horas no posto da Rua Hadock Lobo, perto do Estácio. E com a documentação toda em ordem, diga-se.
     Só existe um entrave que dificulta esse e outros serviços públicos para atender ao cidadão contribuinte: é a falta de qualidade profissional das pessoas que estão lá, bem como o desinteresse com o qual se comportam as mesmas, com relação ao atendimento a nós, contribuintes. E é claro que, muita gente reclama disso. Aí, recebe uma explicação/justificativa de que: há carência de pessoas no quadro profissional; as instalações são inadequadas; a remuneração é sofrível e baixa; o funcionário não pode fazer nada para mudar o fluxo da operação à realizar porque a ordem vem de cima. E é sempre assim.
     No caso do Detran, penso que esta modalidade de atendimento que criaram através das marcações antecipadas de vistoria está enquadrada naquele aforismo muito famoso que diz: "Me engana que eu gosto". Isso encobre uma grande parte da incompetência e da negligência do órgão e seus funcionários, no número de pessoas que são atendidas diáriamente. Alguém deveria conferir quantas são as vistorias atendidas por dia  num posto do Detran, com esse processo/método. E verificar quanto tempo é gasto em cada processo.
     Mas o engraçado nisso tudo é o seguinte: alguém criou um outro aforismo muito conhecido por todos que diz: "O Estado finge que paga a remuneração do servidor e este finge que trabalha". 
Tem muito a ver com o que se observa.

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