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domingo, 6 de fevereiro de 2011

O TEMPO PASSA...

     A cada dia que passa o mundo vai mudando. E com ele as coisas que ele contém.
     Pode parecer uma observação óbvia, não é? E é mesmo. Mas fazer o quê se é desse jeito?
     Eu estou caminhando para o que se chama ser um sessentão. Isso pode parecer uma coisa à toa, mas não é. Imaginem, uma pessoa viver sessenta anos num país como o Brasil? É uma verdadeira epopéia. E podemos dizer uma grande bravura. E explico por que: Um país que precisa de legislação específica para garantir direitos de idosos, crianças e mulheres, não pode ser considerado um país sério. E esta afirmação foi atribuída ao Presidente Francês DeGaulle, quando na verdade esta classificação foi feita por um embaixador brasileiro lá na França, no ano de 1962, falecido há alguns anos atrás, chamado Carlos Alves de Souza.
     Então, imaginem, novamente, uma pessoa chegar aos sessenta anos e ter de conviver com o que aí está. Absurdos atrás de absurdos, mazelas atrás de  mazelas. E isto tudo ficando impune às leis vigentes no país. A começar pela perpetuação no cargo de Presidente do Congresso Nacional por nada mais nada menos do que o José Sarney das mil e uma mazelas cometidas em sua longa vida e, até agora, escapando ileso das acusações a ele atribuídas (parece até repeteco de um outro artigo postado neste blog).
     Mas isso é café pequeno, diríamos. A coisa chegou a um ponto tal que fica muito difícil para as pessoas acima de cinquenta anos viverem de forma tranquila nesses tempos modernos. A moral, a decência, o pudor, a vergonha na cara, sempre foram termos abstratos. Mas, hoje, são muito mais abstratos do que antes porque, quem é jovem, não vê tais coisas em prática, de jeito nenhum. Tornou-se invisível, literalmente.
     Nos dias atuais temos que ter muito tato e cuidado em dizer certas coisas. Bicha, favelado, lixeiro, servente, dentre outros termos, já não podem ser pronunciados porque seremos acusados de preconceituosos e discriminadores. Preto, crioulo, aleijado, também, são termos que não podemos  dizer.
     A meu juízo, o que se vê nesses nossos tempos é a prevalência do cretino ou da cretinice em prol da senvergonhice (pedindo desculpas pela rima). Os indecentes, imorais e desavergonhados, hoje, estão levando vantagem sobre aqueles que sempre buscaram ter um comportamento sério, idôneo e correto.  O decente e a decência são consideradas coisas sem propósitos. Totalmente fora de moda. E inconvenientes para muitos.
     Eu já tive oportunidade de declarar-me um ser anacrônico, totalmente fora do meu tempo. E afirmo, categóricamente, não abrir mão do meu direito constitucional de ser como sou e zelar pelas coisas boas, corretas e legais que me foram ensinadas pelos meus pais e pelas pessoas honestas com as quais convivi durante todos esses anos da minha existência. E declaro mais: cerro fileiras com relação às pessoas que não se enquadram aos ensinamentos pelos quais fui submetido quando jovem. Se algo tem que mudar, que mude para melhor e não para o pior como se vê atualmente.
      Com bastante tranquilidade carregarei a pecha de retrógrado, ultrapassado e atrasado. Mas sei que não o sou, haja vista estar atualizado com a tecnologia digital, sendo que a mostra disso é estar desenvolvendo os meus textos nesse blog do qual sou o proprietário.
      E só para corroborar essa minha contrariedade com os tempos modernos, citarei alguns ítens, os quais gostaria que as pessoas prestassem a atenção daqui pra frente:
      1 - Somos enganados diuturnamente com notícias e fatos que não corrrespondem à verdade.
      2 - Somos explorados por essas empresas multinacionais que chegaram ao país depois da abertura de mercado promovida pelo governo Collor. Prestam serviços horríveis e deficientes a preços exorbitantes, de qualidades  vergonhosas.
      3 -  Ninguém (ou quase ninguém) se responsabiliza por falhas ou prejuízos que nos causam.
      4 - Não se obedece mais a horário e a prazo. Nos contratos que firmamos não há a responsabilidade daqueles que nos servem, em cumprir o prazo estabelecido e nem apresentarem a qualidade nas mercadorias e serviços que adquirimos.
      5 - As pessoas se voltaram unica e exclusivamente para o ato de ganhar dinheiro, abandonando coisas como compromisso, qualidade e respeito.
      Penso já ser bastante esses poucos ítens aqui colocados. Mas poderia muito bem me estender em mais alguns para deixar bem configurado o que são os dias de hoje em relação aos dias do que podemos chamar de passado.
      E para fechar este artigo termino dizendo o seguinte para todos e principalmente para os mais novos: O que e como serão os dias das pessoas daqui há mais 40, 50 ou 60 anos? Felizmente não estarei aqui para presenciá-los.
Ainda bem!!!
      

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