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sábado, 13 de novembro de 2010

O AVESSO DO AVESSO

          Ultimamente tenho me preocupado mais do que deveria. Ao mesmo tempo, fico me lembrando dos filósofos e suas filosofias. Penso muito em Sócrates, Platão, Aristóteles, na antiguidade, e em Kant, Hume, Rosseau, Robespierre, num passado mais recente, dentre muitos.
       E por que essa extrema preocupação e a citação desses filósofos? Muito simples a resposta: porque o conteúdo profundo que esses personagens desenvolveram em seus tempos, durante muito tempo surgiu como base para formar opinião entre todos, bem como norteou o comportamento da sociedade até pouco tempo atrás.
       No entanto, como já registrei em tópicos anteriores, os conceitos antes criados pelos citados e seus pares, hoje transformou-se num arremedo a tudo o que antes foi considerado como base para um comportamento exemplar de todo aquele que se considerasse um verdadeiro cidadão.
       Todos sabemos que termos como caráter, pudor, respeito, vergonha e  ética, são considerados termos abstratos, ou seja: sabemos que existem mas não os podemos ver. Acontece que nesses dias atuais, não estamos tendo condições de constatar  que esses mesmos termos existem. Pelo menos não estamos vendo suas práticas no exercício da cidadania. Até muito pelo contrário.
       Antigamente, pessoas que cometiam deslizes ou que passavam por situações vexatórias, ficavam com a cara vermelha. Amuavam-se por vários
dias, constrangidos pela situação que criavam. Mas isso não se vê atualmente.
Observa-se, sim, um descaramento absurdo daqueles que cometem gafes, atos vis, indecências e imoralidades. Com um agravante: as pessoas, hoje, ainda querem que encaremos tais absurdos com normalidade. Daí é que criou-se uma figura que está em evidência total em nosso cotidiano: o politicamente correto.
        Essas pessoas são o que podemos chamar de o que há de pior em termos de comportamentos inadequados e inaceitáveis. Agem de forma fria e indiferente a tudo aquilo que serviu de base de comportamento legal até poucos anos atrás. E, aqui, quero me reportar, de novo, aos filósofos anteriormente citados. Estejam onde estiverem, eles estarão se retorcendo, contorcendo e remoendo de ódio, por verem seus trabalhos, suas teses e teorias serem  subestimados e desrespeitados no tempos atuais.
        Mas constato o seguinte: todo mundo preocupa-se com os efeitos das ações que hoje assistimos e convivemos. Mas o principal seria preocupar-nos com as causas delas. Por que as coisas ruins estão acontecendo? Para poupar-lhes certos esforços, vou citar apenas uma, dentre muitas delas: a desagregação familiar. A família, hoje, é uma instituição totalmente falida. E era a base sólida que formava a capacidade de qualquer pessoa e a transformava em verdadeiro e autêntico cidadão.
         Contudo, não vejo sob uma ótica otimista, nenhuma perspectiva de melhora ou progresso na relação pessoal entre as pessoas nesses nossos dias. Gostaria de estar errado... 
           

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