Para se entender plenamente a situação da população cubana em seu próprio território, seria necessário que grande parte das pessoas passassem pelo processo empático direto e automático em cada um dos que tomem conhecimento daquelas situações. Porque só sentindo na própria carne alguém possa conscientizar-se plenamente da cruel situação daquela população.
Assistir a um vídeo da escapada de um cubano de seu país, principalmente os que estão veiculados no Youtube e mostram a fuga e a entrada no Brasil através da fronteira com a Guiana Inglesa, atravessando selvas e rios perigosos, feitos em horários proibitivos, como uma madrugada a dentro, com ou sem chuva, é estarrecedor.
Quase todos os escapados só trazem o suficiente e necessário para tal travessia. Quase sempre uma só mochila às costas. É de se imaginar quantos morrem nessas empreitadas. Tal qual as travessias deles feitas através de barcos, até improvisados, enfrentando mar aberto entre Cuba e Estados Unidos. Às vezes outras das ilhas mais próximas.
É interessante que boa parte da população brasileira os receba como a verdadeiros irmãos, sem nenhuma rejeição, como ocorre em outros países. E eles reconhecem e agradecem muito esta recepção. Talvez isso diminua a pressão em se ver em território pretensamente hostil e desconhecido.
Surpreende quase sempre o registro que eles fazem da dificuldade entre nossos idiomas. A princípio raciocina-se que entre o Espanhol (Castelhano) e o Português, as diferenças sejam mínimas. Mas do que eles registram, não o são. É de se pensar que uma dificuldade maior de entendê-los é na velocidade em que falam. Isso dificulta o entendimento do interlocutor. Mas no final tudo acaba bem.
Outro fato interessante, para quem se acostumou a seguir alguns nas publicações de seus vídeos, eles mostram que alcançam equilíbrios pouco tempo após suas chegadas ao país. Talvez se possa atribuir às dificuldades de antes e que em nosso país, já adaptados, colhem rápido seus esforços. Não deixa de ser uma lição para muitos brasileiros.
E todos passam pelas mesmas circunstâncias quando aqui. Principalmente em um supermercado, vendo a abundância de tudo o que não possuíam em Cuba. A nossa internet desperta neles um tremendo espanto. Também o nosso transporte público. E até a educação e a saúde, eles dizem, é muito superior às que possuíam lá em sua nação. Vai se entender uma coisa dessa!!!
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