Hoje é sábado de Aleluia.
Nas décadas passadas a garotada se juntava para malhar o Judas. Aliás, também os barbados participavam dessa empreitada.
Era o dia em que o pessoal se desforrava daquelas pessoas, geralmente vizinhos, com as quais tinha rixa durante o restante do ano.
Aí, pegavam roupas velhas e faziam um boneco recheado de trastes para que fosse pendurado num poste na rua onde pretendiam avacalhar àqueles de quem não se gostava. Incluía-se aí cartazes com dizeres ou piadas sobre aquelas pessoas que eles escolhiam para chacota. A brincadeira em alguns casos era até pesada. Faziam citações a respeito das pessoas escolhidas para serem denegridas junto aos demais vizinhos. No caso, dava até polícia nesse dia. A coisa não era assim tão amistosa quanto muitos imaginavam. Muitas das vezes as inimizades se acentuavam entre as pessoas envolvidas de um lado ou de outro da malhação do Judas.
A bem da verdade, de acordo com o que a situação de indecência e imoralidade se apresenta em nosso país, a população deveria escolher para Judas, hoje, alguns personagens que estão por aí em nosso cotidiano. E o rol se estenderia à muita gente e à muitas atividades. Por exemplo: a classe política; os médicos que só se preocupam com dinheiro e não com o atendimento correto dos pacientes; os professores que não se aplicam nem se interessam em qualificar adequadamente seus alunos; aos policiais corruptos e desonestos, dentre muitas outras classes profissionais. A população deveria malhar toda essa gente, sem contemplações.
Infelizmente, esta mesma população acha-se inerte, engessada, ou como se tivesse anestesiada contra todas essas mazelas públicas. Até quando, não se sabe. Ainda não será dessa vez. Mas tomara que não tenhamos que esperar muito. Se não, será tarde e não adiantará mais nada. Como diziam os antigos:
"INÊS ESTÁ MORTA"
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