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quarta-feira, 27 de abril de 2011

"AS ÁGUAS DE ABRIL..."



     Mais uma vez o fato repetiu-se: a chuva de anteontem na cidade do Rio de Janeiro causou vários problemas à população carioca. Desde enchentes, desmoronamentos de pedras e encostas e, por fim, o caos no trânsito da cidade.
     Coincidentemente, mais uma vez se deu no mês de abril. Se o famoso Tom Jobim fosse vivo, talvez fosse necessário mudar o título de uma de suas canções mais famosas: 'Águas de Março". As chuvas mais complicadas nesses últimos tempos têm se dado no mês de abril, como já disse.
     E, para variar, os jornais estampam em suas páginas principais as fotos dos locais mais atingidos pelas chuvas. Um deles, como já bem sabemos, é a Praça da Bandeira, onde a água consegue alcançar mais de um metro de altura, atingindo carros e, principalmente, invadindo as lojas do local, causando prejuízos financeiros aos proprietários dessa área.
     Também as criticas são ferrenhas contra o Prefeito e todas as pessoas envolvidas com tais problemas na gestão da Prefeitura. Mas um fato nos chama à atenção: é que tais acontecimentos se dão todo ano. Quase sempre na mesma data, hora e local. Não haveria nem necessidade da imprensa se dirigir para lá a fim de  registrar o acontecimento. Ficaria mais cômodo e mais barato publicar as mesmas fotos do(s) ano(s) seguinte(s) e pronto.
     E, com isso, os mesmos blá, blá, blás são ouvidos pelos contribuintes, nas explicações que são dadas pelas autoridades locais. Em geral atribuem à culpa às intempéries climáticas, porque fica mais fácil as justificativas. 
     É óbvio que os culpados são todos ou são muitos dos que residem na cidade. Além da dificuldade da água escorrer para o mar, principalmente se este estiver em horário de cheia, observa-se após as águas baixarem, que muitos detritos estão expostos pelas ruas junto com o lamaçal. Desde animais mortos à muita sujeira, móveis velhos, pneus usados, ou seja, todo tipo de cacarecos que não deveriam estar ali se a população tivesse o comportamento que deveria ter.
     Pode-se, também, verificar a imprudência das pessoas. Principalmente daquelas que estão em seus carros nesse horário e que acabam ficando retidas  em pleno mar de águas, causando, para si e para seus veículos, grandes prejuízos, também. Com o risco de morrerem, um fato que aconteceu com um homem nessa última chuva nesse local.
     Agora, é esperar pelo próximo ano e aguardar que tudo se repita, de novo.

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