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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

MAIS UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA ACONTECEU

    Aí está mais uma exploração por parte da imprensa, de uma nova tragédia envolvendo mortes de pessoas simples, do povão, que será explorada até acontecer outra, o que faz parte da rotina nessa nossa cidade e nesse nosso país.
    Quando ouvi a notícia envolvendo esse acontecimento, eu estava distante do lugar onde ela se deu. Mas as rádios rapidamente noticiaram o fato, com o estardalhaço costumeiro, a ponto de informarem nas primeiras notícias que havia explodido mais um bueiro na cidade. Mas logo a seguir, em novos flashes de reportagens, chegaram a noticiar que corpos haviam sido deslocados pela explosão, à distância de 40 metros do local. 
    Com o decorrer do tempo, a imprensa se aproximou do verdadeiro fato, já aí dando notícias e informações mais consistentes, esclarecendo o que havia acontecido nessa explosão de bujões de gás no interior de um restaurante na Praça Tiradentes, centro do Rio de Janeiro, provocando a morte de três pessoas e ferimentos em treze ou mais.
    Agora à tarde, no entanto, ao ouvir maiores e melhores detalhes e informações sobre o ocorrido, soube-se que o prédio onde se localizava o restaurante, era antigo e não possuía instalações de gás de rua, bem como não era permitido o uso de gás engarrafado (bujões).
    Portanto, o restaurante não poderia funcionar naquele local em virtude das exigências à que estaria submetido por parte dos órgãos fiscalizadores, principalmente a Prefeitura, sendo divulgado que o alvará do mesmo era provisório, sendo prorrogado por vezes seguidas, sendo que a última autorização provisória venceria no final de outubro de 2011.

    Também foi divulgado que o primeiro alvará provisório foi autorizado em 2008, e que o estabelecimento deveria cumprir certas exigências num prazo previsto, sem o qual, após o vencimento, não poderia (ou deveria) funcionar a partir do fim do segundo prazo prorrogado.
     Mas no Brasil é assim mesmo. Se alguém se propuser a levantar o número de estabelecimentos  em situações iguais à essa a que tomamos conhecimento, descobriremos que isso é uma perfeita rotina. Eu mesmo já há muitos anos atrás, trabalhei numa concessionárias de automóveis onde, periodicamente, o assistente da contabilidade era incumbido pelo proprietário da empresa para tratar desse assunto. E ele tinha uma brincadeira de dizer que ia na Prefeitura para apanhar o "alvará provisório-definitivo". E vivia fazendo gracinhas com esse episódio. E todos sabíamos quais os documentos que apresentava para a retirada do mesmo.
     Então, agora, onde estão as pessoas dos órgãos públicos, responsáveis pela fiscalização desse serviço e que permitiram o funcionamento em caráter provisório desse estabelecimento? Até mesmo o uso de bujões de gás, em locais inviáveis dessa aplicação? Esta é mais uma daquelas tragédias anunciadas a que estamos acostumados a ver. E é e será sempre assim. Só mudará o local onde ela irá acontecer no futuro.
     Agora é ficar na expectativa do próximo acontecimento. Quando se dará, onde, e quantas pessoas encontrarão fim trágico para suas vidas?
     Já começou a contagem regressiva...

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